a primeira carta
Como foi fácil ser grossa com você. Era 12 de junho de 2013. Eu de ressaca e você no seu primeiro dia. Aquela barba e olhar surpreso e fascinado pelo lugar, me impressionou e lembrei que eu um dia tive aquele mesmo olhar. Nos cumprimentamos e, eu de cara, já fui marrenta, dura e autoritária. Seria um mecanismo de defesa? Será que o meu "eu" já sabia o que estava por vir?
Eu, mesmo com aquela dor de cabeça horrenda + ressaca moral, fui para o almoço e já falei de você para os outros. Falei como se fosse uma pessoa comum, "ah, ele é bonitinho", "vamos ver se ele é um dos nossos ou se faz a linha puxa-saco", "ele faz o curso tal, em tal universidade".
Depois de um dia inteiro travando uma luta, não declarada, com você, eu fui para casa e você ficou. Confesso que a primeira coisa que fiz foi te procurar em todas as redes sociais, não tive sucesso, afinal eu só havia anotado um sobrenome seu.
No segundo dia não foi diferente, mantive a mesma linha dura e implacável, porém consegui mais informações suas. Chegando em casa fiz a minha lição, te adicionei no Facebook. No mesmo dia você puxou assunto questionando as minhas atitudes e me perguntando se havia feito algo de errado comigo. Eu apenas disse: "esse é meu jeito de mostrar simpatia por alguém." Só que não era só simpatia por você, era algo a mais, era um carinho gratuito.
Te contar por meio de cartas, e-mails, inbox, ou quaisquer que sejam os meios impessoais é mais fácil que te olhar nos olhos e dizer: eu te amei no primeiro dia que te vi.
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